Category: raposa

Praia de Carimã

A Praia de Carimã se encontra situada na Ilha de Curupu, a uma distância de 21 quilômetros do município de Raposa, inserida na porção norte-nordeste do município. Possui aproximadamente 12 quilômetros de extensão e em sua paisagem podem ser encontrados além da praia, mangues, dunas e lagoas entre as dunas, estas ocorrendo apenas durante o período chuvoso (janeiro a abril), uma vez que há o acúmulo de água entre essas dunas, havendo uma intensa modificação em sua paisagem em decorrência do transporte da areia através dos ventos. Um canal de mangue separa a Praia de Carimã da parte habitada do município em uma travessia, partindo do Cais da Raposa, que dura aproximadamente dez minutos. Intensamente visitada, atrai inúmeros turistas para a região em busca de suas belezas naturais e típica culinária, além do tradicional artesanato da renda de bilro.

A travessia, juntamente com os passeios de pesca e os passeios de barco, se apresenta como resultado das demandas de visitação da praia, inicialmente dos próprios habitantes das localidades próximas ao município de Raposa –MA, bem como da necessidade de acesso dos próprios moradores ligados às atividades pesqueiras. Localizada na parte denominada “Fronhas Maranhenses” em referência à semelhança com outro grande destino turístico no Maranhão, os Lençóis Maranhenses, situados no município de Barreirinhas. Os passeios náuticos têm duração de duas a quatro horas, de acordo com a maré e possuem um roteiro de visitação a igarapés, manguezais e a um pequeno criatório de ostras, além das extensas dunas e lagoas entre elas. Muito embora não sejam percebidos grandes investimentos relacionados à atividade turística na região (especialmente infraestrutura e transporte público) os impactos decorrentes dessa intensa procura já podem ser notados nos detritos encontrados ao longo da orla em decorrência dessas visitações sem um planejamento geoambiental e socioeconômico, além da própria ação natural de remodelamento da linha de praia, mangues, dunas e braços de mar. As atividades econômicas da população residente nesta área mantém uma profunda relação com a natureza de modo que estes exercem intensa pressão sobre os manguezais, também modificando algumas de suas características naturais. As próprias embarcações (bianas) que fazem o passeio por entre os rios que compõem a Ilha de Curupu, onde está localizada a Praia de Carimã, somam-se à renda de bilro como mais um modo tradicional de fazeres ligados à população da Raposa e seu histórico de comunidade pesqueira que ocupou a região durante as décadas de 1940 e 1950.

 

Fontes/bibliografia:

 FRANCO, Cristiane Garcês. Ilha de Curupu: potencialidade turística e sustentabilidade.

Disponível em http://www.geomorfologia.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/resumos_expandidos/eixo12/006.pdf

 MUNINZ, Gisselly Poliana Santos, et al. Percepção socioambiental na Região Metropolitana da Grande São Luis – Maranhão.

 Disponível em http://www.secid.ma.gov.br/files/2015/04/Percep%C3%A7%C3%A3o-Ambiental-na-RMGSL.pdf

SILVA, Quésia Duarte da. Mapeamento geomorfológico da Ilha do Maranhão. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da FCT/UNESP. Presidente Prudente, 2012.

 

Pesquisador responsável: Leonardo Leal Chaves

 

Fotografias/imagens:

 http://maranhaomaravilha.blogspot.pt/2010/07/sossego-e-lindas-paisagens-sao-alguns.html

http://www.avozdaraposa.com.br/2011/09/praia-de-carima-raposa-ma.html

https://raposa.ma.gov.br/

Píer da Raposa

Inaugurado no ano de 1999, o Píer de Raposa está inserido no projeto de revitalização da orla marítima do município (2007-2016) e deveria incluir a construção de um centro de informação turística e comercialização de artesanatos. Via de acesso para a travessia que leva à Ilha de Curupu, especialmente à procurada Praia de Carimã (para passeio nas “Fronhas Maranhenses”, em alusão aos “Lençóis Maranhenses”), outra importante atração turística local, se encontra frequentemente ameaçado devido às fortes ondas que se chocam em sua direção. Localizado no bairro do Garrancho, o píer integra a tentativa estatal de contenção dessas modificações hidrodinâmicas locais e seus constantes avanços sobre a orla. Por outro lado, proporcionou uma relativa acumulação de bancos de areia entre as ilhas do Maranhão e Curupu, modificando também sua paisagem natural.

Envolto entre prorrogações de prazo de entrega da obra e termos aditivos de contrato, o Píer da Raposa apresenta grande importância para as atividades pesqueiras da região, muito embora a obra tenha sido entregue e revitalizada posteriormente (2013) sem a rampa para desembarque do pescado. Principal forma de deslocamento até a Ilha de Curupu, a travessia anteriormente era efetuada partindo do município de São José de Ribamar, do qual o município de Raposa foi desmembrado e emancipado em 10 de agosto de 1994, e leva às praias de Carimã, praia do Curral, praia de Itaputiua e a homônima Curupu, roteiros frequentes em visitas e expedições turísticas.

O tempo de travessia partindo do Píer da Raposa, é de meia hora em comparação à saída por São José de Ribamar, que dura duas horas até a Ilha de Curupu. A degradação ambiental é parte das preocupações dos moradores e pescadores do município, uma vez que há um verificável aumento de lixo e resíduos que facilmente se acumulam na orla, somados às belezas do colorido artesanato tipicamente local, a renda de bilro, e as cores das velas das embarcações pesqueiras, cenas características frequentemente procuradas para a apreciação do fim de tarde na beira do píer. No entanto, as obras para elevação e extensão do muro de contenção das marés ainda se apresenta em tramitação. A elevação dos índices de chuvas e o aumento no nível das marés provocam muitos estragos com o avanço das águas, prejudicando as dinâmicas de comércio, tendo sérias implicações na vida cotidiana dos moradores de Raposa.

 

Fontes/bibliografia:

 

COSTA, Carlos Rerisson Rocha da Costa. O Litoral do Maranhão, entre segredos e descobertas: a fronteira de expansão do turismo litorâneo na periferia do Brasil. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-13042016-160903/pt-br.php

FERREIRA, Ildejan de Sousa et al. O município de Raposa – MA: do abandono às perspectivas de crescimento econômico e turismo.

Disponível em: http://cbg2014.agb.org.br/resources/anais/1/1404340937_ARQUIVO_TrabalhosobremunicipiodeRaposa-MA.pdf

FRANCO, Cristiane Garcês. Ilha de Curupu: potencialidade turística e sustentabilidade.

Disponível em: http://www.geomorfologia.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/resumos_expandidos/eixo12/006.pdf

 

Pesquisador responsável: Leonardo Leal Chaves

 

Fotografias/imagens:

http://www.ma.gov.br/obras-do-governo-do-maranhao-impulsionam-economia-na-raposa/

http://mapio.net/pic/p-19634658/

https://www.domingoscosta.com.br/mare-de-sizigia-invade-novamente-raposa-e-causa-transtornos/

https://www.blogsoestado.com/danielmatos/2015/10/29/a-natureza-reage/

Associação das Rendeiras da Raposa

Parte fundamental do artesanato no município de Raposa – MA a renda de bilro (também conhecida como renda de almofada) consiste na utilização de um rebolo com palha ou algodão, um cartão com um desenho pré-existente (chamado de picado na região da Raposa e pinicado no Ceará), alfinetes e bilros (peças de madeira torneada), técnica trazida pelas mulheres quando da migração do Ceará para o Maranhão na ocupação da região durante a década de 1950. Quanto mais complexa é a peça, maior é a quantidade de bilros utilizados na confecção. Outros instrumentos foram incorporados à produção da renda de bilro atualmente sem, contudo, descaracterizá-la, como a linha industrial no lugar do algodão ou da palha. Também são utilizados artigos como tesouras, agulha de costura manual, alfinetes e papel Paranã. Segundo informações constantes no blog da própria Associação das Rendeiras, os nomes dos pontos realizados com a linha, algodão ou palha, podem variar de região para região, sendo os mais utilizados na Raposa: pano de urupema, trança, dente de rato, pingo d’água, meio trocado e o trocado inteiro. Intimamente ligada à atividade pesqueira, majoritariamente masculina, as rendeiras, como são conhecidas as artesãs, fundaram em 1988 a Associação das Rendeiras da Raposa como forma de estruturar os trabalhos cooperativos e artesanais da região, organizar sua produção, distribuição e comercialização, além da preocupação com a difusão e ensino da técnica para as gerações mais jovens. A sede da Associação, hoje denominada Associação das Rendeiras Bilro de Ouro, foi cedida pela Prefeitura e se encontra localizada na Travessa Formosa, Rua da Lavanderia, n° 223, Bairro Carcarape, também conhecida como “corredor das rendeiras” devido à concentração de inúmeros pontos de vendas voltados para a comercialização de artesanato tipicamente local. A confecção de peças como toalhas de mesa, colchas de cama, guardanapos, tapetes, blusas ou varandas de redes demonstram a variedade de possibilidades de utilização desta técnica e seus desdobramentos comerciais, de vital importância para as atividades econômicas dos moradores do município de Raposa. Muito embora seja reconhecidamente uma atividade econômica de grande importância para a região, impulsionando o turismo juntamente com os passeios náuticos pelas praias da Raposa, sua culinária e folclore, originalmente as rendeiras praticavam essa atividade sem remuneração, exercendo dentro do círculo familiar ou ligada a devoção com a fé católica muito presente especialmente durante o Natal. O caráter de “profissionalização” da atividade rendeira se confirma com a fundação da Associação, proporcionando assim uma centralização física das atividades, uma vez que eram desenvolvidas na própria residência das rendeiras. No entanto, segundo os relatos das próprias rendeiras, a relativa falta de interesse das “novas gerações” em aprender a técnica da confecção da renda de bilro motiva    a manutenção deste modo de fazer tradicional através de oficinas e capacitações permanentes organizadas pela Associação.

 

Fontes/bibliografia:

 

PITTA, Ludmilla Nogueira de Macedo. Trabalho manual: a técnica da renda de bilro como elemento de promoção de saúde. Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Saúde Pública do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Ceará.

SOARES, Simone Miranda. Redes e rendas: técnicas e gênero em Raposa/MA. Disponível em http://www.fazendogenero.ufsc.br/9/resources/anais/1278292146_ARQUIVO_texto.fazendogenero_genero.pdf

ZANELLA, Andrea Vieira; BALBINOT, Gabriela; PEREIRA, Renata Susan. A renda que enreda: analisando o processo de constituir-se rendeira. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/es/v21n71/a11v2171.pdf

 

Pesquisador responsável: Leonardo Leal

 

Fotografias/imagens:

http://mmtreinamento.wixsite.com/pesquisa-artesanato/blank-13

https://www.matraqueando.com.br/raposa-dos-bilros-as-fronhas-maranheses

http://fotostrada.com.br/blog/tag/rendas-de-bilro/

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