O município de Alcântara é um dos que mantém a forte tradição do festejo do Divino Espírito Santo, que ocorre no domingo de Pentecostes, 50 dias após a páscoa, e comemora a vinda do Espírito Santo e ressureição de Jesus Cristo, a duração do festejo é de 12 dias. Sua origem vem dos colonos açorianos (portugueses) e seus descendentes, mas em Alcântara há uma mesclagem de culturas e religiões na representação do festejo, como a católica e a afro-brasileira. Durante a festa é criada uma corte imperial, geralmente constituída por crianças e adolescentes. A cada ano há uma pessoa responsável pela festa, e esta indica o imperador ou a imperatriz (figura que vai representar a mais alta posição da corte), revezando o gênero a cada festejo, junto a eles tem os mordomos que compõem o conjunto da corte. A festa é composta por várias etapas, no início há o levantamento do Mastro, que é um tronco de árvore pintado e enfeitado. Em Alcântara ele fica na Praça da Matriz. Os representantes da Corte visitam uns aos outros em suas residências na cidade através de cortejos, que são acompanhados por muitos moradores e turistas. A Festa Grande é um momento de muita fartura e luxo dedicado ao Divino Espírito Santo, tanto na distribuição de comidas como nas vestimentas e decorações. Também há realizações de missas. Para marcar a finalização da festa há o derrubamento do mastro, que é cortado, simbolizando o fim da festa. Outro ponto forte são as cacheiras, lideradas por senhoras idosas e com grande sabedoria no toque de caixa e experiencia nas festas do Divino. O festejo é uma marca identitária muito forte de Alcântara, durante seu período o turismo é intensificado e a cidade fica bastante movimentada. A sala do trono e todos os objetos ficam expostos durante o resto do ano na Casa do Divino, localizada na região central de Alcântara, na Rua Grande, que durante a festa é a casa do imperador ou imperatriz. É um casarão de estilo português, que pertenceu até o século XX a família Franco de Sá, uma das mais tradicionais da cidade. Seu último proprietário o vendeu em 1980 para Empresa Maranhense de Turismo e a partir de então passou a sediar a Casa do Divino.

 

Fontes/bibliografia: 

BRASIL. Sítios históricos e conjuntos urbanos de monumentos nacionais: norte, nordeste e centro-oeste. Brasília: Ministério da Cultura, Programa Monumenta, 2005.

LOPES, José Antonio Viana. (Org). São Luís Ilha do Maranhão e Alcântara: guia de arquitetura e paisagem. Ed. Bilíngüe. Sevilha: Consejaría de Obras Públicas y Transportes, Dirección de Arquitectura y Vivienda, 2008.

Pesquisador responsável: Drielle Souza Bittencourt

Fotografias/imagens:

https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g675032-d2388893-i129307197-Casa_do_Divino-Alcantara_State_of_Maranhao.html

 http://s2.glbimg.com/g3dYiQKjJIWOzr9868encfx4bKk=/620×465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/05/04/mastro.jpg

 https://oimparcial.com.br/media/2017/06/040617-CAPA-IMPAR-FESTA-DO-DIVINO-3-1024×682.jpg