A localização de resquícios do Pelourinho de São Luís (1815) é uma descoberta recente. No ambiente encontrado existe a Pirâmide de Beckman (1910), erguida em homenagem a Manuel Beckman, líder da rebelião nativista que levou seu nome, a Revolta de Beckman (1684), acredita-se que foi neste local que Beckman foi enforcado.

Segundo Euges Lima (2017), o antigo Pelourinho de São Luís (1815) não foi totalmente destruído como se imaginou, pois seu pedestal continuou e foi reaproveitado, utilizado como alicerce da construção da chamada Pirâmide de Beckman. A base desse monumento “estaria apoiada sobre um pedestal do antigo pelourinho local, de 1815” (MOREIRA, 2014: 09), que foi transferida para a Praça 15 de Novembro (Praça Manoel Beckman), na Avenida Beira Mar. O historiador Euges Lima (2017) fundamenta-se em uma pesquisa bibliográfica e de campo referentes à Pirâmide de Beckman, da qual fez fotos, e com a obra O Cativeiro (1941), de Dunshee de Abranches, ajudou a confirmar esse achado, porque neste livro há um desenho de um Pelourinho, que esse pesquisador afirma ser o mesmo em que a sua base compõe a Pirâmide de Beckman (1910). Lima (2017) acredita que Abranches tenha desenhado ou descrito, com riqueza de detalhes e bastante fidedigno, apontando que o autor de O Cativeiro foi contemporâneo desse antigo Pelourinho, “que originalmente estava situado no antigo Largo do Carmo, hoje, Praça João Lisboa.

Nesse livro, ele conta suas memórias de como viveu na São Luís escravagista da segunda metade do século XIX”. Vale dizer que nessa Praça João Lisboa, no antigo Largo do Carmo, em frente à Igreja do Carmo, é “local de origem do antigo Pelourinho e que depois da destruição parcial, fora removido sua base para o Parque 15 de novembro, em 1910” (LIMA, 2017: 02). Sobre a Revolta dos Republicanos Radicais (1889) que destruíram o Pelourinho (1815), tem-se a figura de Paula Duarte, que foi um militante jornalista, redator do Jornal republicano “O Globo” em São Luís e ligado aos Clubes Republicanos, “conhecido pelo seu poder de persuasão e eloquência quando discursava em Praça Pública”. O acontecimento da destruição do Pelourinho foi liderado por Paula Duarte com o auxílio de populares e ex-escravos, “que a golpe de machadadas e de malhos no dia 1.º de novembro de 1889, portanto, catorze dias antes da Proclamação da República, destruíram esse monumento que era antes de tudo, um símbolo da opressão negra em São Luís” (LIMA, 2017: 03). Diante disso, percebe-se que essa descoberta é importante para a História do Maranhão, pois estudos recentes não apontavam a Pirâmide de Beckman construída utilizando como base o antigo Pelourinho de São Luís de 1815.

 

Fontes/Bibliografia:

ABRANCHES, Dunshee de. O Cativeiro. 3 Ed. São Luís: Edições AML, 2012. (Foto 01).

CONHEÇA CURIOSIDADES SOBRE ALGUNS DOS MONUMENTOS DE SÃO LUÍS. São Luís, 6 nov. 2015.

Disponível em: <https://oimparcial.com.br/noticias/cidades/2015/11/conheca-curiosidades-sobre-alguns-dos-monumentos-de-sao-luis/>. Acesso em: 25 ago. 2017. (Fotos 02 e 03).

LIMA, Euges. Entrevista inédita sobre a revelação da base do Pelourinho de São Luís. 2017. Disponível em: <http://ihgm1.blogspot.com.br/2017/04/entrevista-inedita-sobre-revelacao-da.html?m=1>. Acesso em: 24 ago. 2017

MOREIRA, ANGÉLICA. O enigma da Pirâmide. Revista de História, Rio de Janeiro, dez. 2014, p. 09.

Pesquisador responsável: Yuri Alhadef

Fotografias/Imagens: