Localizado na região central de Alcântara, na Praça da Matriz, que tem também as ruínas da Igreja de São Matias e a Casa de Câmara de Cadeia. De acordo com o autor Grete Pflueger (2008), as igrejas foram construídas em locais que tivessem fácil visibilidade do litoral, para suas torres serem avistadas pelas embarcações. Assim, formaram-se três conjuntos urbanos, sendo o primeiro da Praça da Matriz, que fica de costa para o mar. O Pelourinho foi erguido em 1648 e fazia parte do conjunto de monumentos que marcava a ocupação portuguesa na vila de Santo Antônio de Alcântara. Sobre sua confecção há controvérsias, porque existem duas linhas de explicação. A primeira seria que o pelourinho foi construído em Portugal, devido ao seu material e todos os detalhes da confecção, acreditavam que ele já chegou em Alcântara pronto. A segunda explicação é que, apesar de não haver na vila nenhum artista para construção de tal monumento naquele período, ele não teria sido necessariamente feito em Portugal, pois, poderia ter sido contratado um artista aqui mesmo no Brasil para o fazer. O que prevalece nos relatos dos populares é sua confecção ter sido feita em Portugal, também como uma forma de enaltecer o monumento. A peça originalmente era uma coluna de pedra de Cantareira, com base quadrada e simples, na sua parte superior tinha uma coroa com o brasão de Portugal, a coluna tinha detalhes com frisos. O pelourinho era um monumento que também servia para ressaltar o poder municipal e da justiça, mas com relação à  sua utilização também há duas versões. Na primeira ele servia como local de castigos corporais dos escravos, na segunda o monumento era apenas um símbolo e não era usado como lugar de açoite, que ocorria em outros locais, servia principalmente para reunir os moradores em torno quando precisava-se fazer comunicados importantes ou pregar ofícios para serem lidos. Em 1889, com o advento da República, o pelourinho foi derrubado e quebrado em pedaços, como forma de apagar os símbolos da monarquia. Dessa forma, suas partes foram enterradas em locais diferentes. Em 1948 ele foi reconstruído e reerguido, isso foi possível graças a uma ex-escrava, Mãe Calú, que indicou onde seriam encontradas suas partes. Hoje ele encontra-se em frente as ruínas da igreja matriz, dá para perceber os locais onde ele fora remendado, a sua parte superior (a coroa) não fez parte de sua reconstrução.

 

Fontes/bibliografia:  

BRASIL. Sítios históricos e conjuntos urbanos de monumentos nacionais: norte, nordeste e centro-oeste. Brasília: Ministério da Cultura, Programa Monumenta, 2005.

LOPES, Antônio. Alcântara: subsídios para a história da cidade. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1957.

LOPES, José Antonio Viana. (Org). São Luís Ilha do Maranhão e Alcântara: guia de arquitetura e paisagem. Ed. Bilíngüe. Sevilha: Consejaría de Obras Públicas y Transportes, Dirección de Arquitectura y Vivienda, 2008.

 

Pesquisador responsável: Drielle Souza Bittencourt