As ruínas da Igreja Matriz de São Matias encontram-se na região central de Alcântara, compondo um conjunto arquitetônico com outros importantes monumentos da cidade. A igreja é um símbolo muito importante, pois foi a primeira paróquia. Durante a ocupação portuguesa fez parte do conjunto simbólico que marcou a presença desse povo naquela região e das edificações mais significativas, sendo a área da Matriz considerada o coração da Vila de Santo Antônio de Alcântara. Em torno do século XIX já começava a entrar em ruínas, hoje ainda se encontra algumas de suas paredes levantadas.

Localizado na região central de Alcântara, na praça da Matriz, que tem também o Pelourinho e a Casa de Câmara de Cadeia. De acordo com o autor Grete Pflueger (2008), as igrejas foram construídas em locais que tivessem fácil visibilidade do litoral para suas torres serem avistadas pelas embarcações. Assim, formaram-se três conjuntos urbanos, sendo o primeiro da Praça da Matriz, que fica de costa para o mar. A Igreja Matriz fazia parte da tríade religiosa junto com das Mercês e do Carmo, que orientou as direções da construção urbana de Alcântara no século XVIII. Durante a ocupação francesa havia apenas uma capela, depois da ocupação portuguesa, Matias de Albuquerque, a quem aquela área tinha sido dada como capitania, mandou construir a primeira igreja paroquial, como afirma o autor Antônio Lopes (2002). A igreja foi erguida em 1648, quando o local ainda era a aldeia de Tapuitapera, sendo dedicada a São Mathias, em homenagem a Matias de Albuquerque. Durante o período da vila de Santo Antônio de Alcântara, a praça da Matriz era considerada como seu coração e suas construções a marca da presença portuguesa. No período imperial a igreja foi restaurada, muitos anos depois seu telhado desabou, começando seu processo de desgaste que logo tornou-se seu arruinamento, sendo hoje encontrada apenas as suas ruínas. As esculturas e objetos que faziam parte da matriz foram transferidas a maioria para igreja do Carmo.

 

Fontes/bibliografia: 

BRASIL. Sítios históricos e conjuntos urbanos de monumentos nacionais: norte, nordeste e centro-oeste. Brasília: Ministério da Cultura, Programa Monumenta, 2005.

LOPES, Antônio. Alcântara: subsídios para a história da cidade. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1957.

PFLUEGER, Grete. De Tapuitapera a Villa d’ Alcantara: cidades portuguesas, planejadas ou espontâneas? Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada. Olinda, 2008.

 

Pesquisador responsável:  Drielle Souza Bittencourt